sábado, 25 de junho de 2016

Resumindo nosso semestre ;-)

Oi Turma... Tenho certeza que os conceitos de cariologia vão estar presentes sempre na vida profissional de vcs! Entender e analisar o paciente como um todo e fazer analise diagnóstica é fundamental!! Tenho certeza que estão preparados!!!
Rumo ao 4º Período!

terça-feira, 14 de junho de 2016

Diagnóstico de Carie

Deve ser feito levando em consideração o exame visual, tatil e radiográfico. Além disso deve-se avaliar o risco e a atividade de cárie do paciente.
O exame clínico de ve ser minucioso, avaliar todas as faces de dentes e estes devem estar totalmente livres de umidade da saliva.

As características são

FLUOROSE

*A fluorose dental é decorrente da ingestão de flúor durante a formação dos dentes.
* O ameloblasto, primeiro sintetiza uma matriz contendo 25% de proteínas. Em seguida, ao mesmo tempo em que essa matriz é reabsorvida, o esmalte se mineraliza. O produto final é uma estrutura contendo 95% de minerais, 4% de água e menos de 1% de proteínas.

* Porém, quando o flúor é ingerido, ele circula pelo sangue sendo distribuído para todos os tecidos. Esse fluor acaba presente na matriz do esmalte, e inibe a reabsorção dessa matriz organica primaria. O resultado são dentes que não se mineralizam de forma completa, dando origem a fluorose.




Sobre a fluorose

- A ingestão de flúor durante o período de formação dos dentes  é um fator de risco para fluorose.

- O grau de gravidade da fluorose  depende da dose de flúor ingerida.
- A utilização de enxaguatórios fluoretados sí podem causar fluorose  quando ingeridos.

FLUORETOS

A Presença de fluoretos 

1- Interfere no processo de desmineralização e  remineralização; por que causam a atração de íons de Ca e PO4 e formação de fluorapatita, que é mais resistente a desmineralização do que a hidroxiapatita
2- Atua na mineralização pós-eruptiva- Serve de matéria prima para a dentina secundária;

3-  Inibe o metabolismo bacteriano - Tem propriedades cariostáticas e a ativação de enzimas como a enolase ajuda no controle do biofilme 

Existem duas formas de aplicação dos fluoretos:
*Tópico:
-A ação tópica reflete a interação local do fluoreto com o tecido dentário, no momento da aplicação.

*Auto-aplicação:
- Soluções para bochecho;
- Dentifrícios;
- Gomas de mascar;
-
* Aplicação profissional:
-Gel - mais comum 
- Pastas profiláticas;
- Vernizes- Ideal para crianças pequenas com alta atividade de cárie
- Dispositivos de liberação lenta e Materiais odontológicos como o Ionomero de Vidro.

-*Sistêmico:
- A ação sistêmica se refere ao fluoreto  ingerido e metabolizado pelo organismo, atingindo o tecido dentário em desenvolvimento, levando à formação de um tecido mais resistente.
- A forma mais comum é o abastecimento de água



Atividade e risco de cárie

O que levar em conta ao avaliar  o risco e atividade ?
Experiência com a doença: O paciente tem outras lesões cariosas?
-Se tiver o risco de uma nova lesão é alto e a atividade de carie nesse paciente é alta
Progresso da doença: Essas outras lesões cariosas são do tipo aguda?
-Se forem aguda o risco de uma nova lesão é alto e a atividade de carie nesse paciente é alta
Aspecto clínico da lesão: Esta lesão cariosa que esta sendo analisada tem aspecto de lesão aguda ou crônica?
-Se o aspecto for de lesão aguda o risco de uma nova lesão é alto e a atividade de carie nesse paciente é alta

Fatores associados com a patogênese da doença como dieta e habitos de higiene

Carie de Raiz



A cárie de raiz envolvem tanto a desmineralização quanto a destruição da matriz orgânica da dentina da raiz em pacientes que possuem essa raiz exposta na cavidade bucal, por retração gengival ou bolsa periodontal.
Alguns pesquisadores sugeriram que as fases orgânica ( destruição da matriz na presença de colagenasese inorgânica (desmineralização) são rompidas simultaneamente nas cáries radiculares, outros acreditam que a destruição ocorre em duas fases: uma, em que há a dissolução da porção mineral da dentina por ácidos, seguida pela invasão bacteriana e colapso do colágeno.
Os Primeiros sinais: Pequenas áreas descoloradas e bem definidas, que se estendem ao longo da superfície radicular, coalescendo e formando lesões maiores. São Lesões rasas e de progressão lenta. 

Características microscópicas da carie de dentina

Cárie de dentina
Caracterizada por amolecimento progressivo e por pigmentação com perda concomitante de sua integridade estrutural. É um processo de alteração da matriz que ocorre como resultado do metabolismo microbriano. Aparece como resultado da desmineralização ácida da matriz, seguida de degradação proteolítica da fase orgânica com a degeneração e dissolução do colágeno, seguida da invasão bacteriana, em conseqüência  da perda da integridade estrutural. A dentina cariada é formada por cálcio e colágeno irreversivelmente desorganizados e uma grande quant. de microorganismos.
Camada desorganizada
camada mais superficial de cárie de dentina, é decomposta, com desorganização estrutural resultante da degeneração e dissolução principalmente do colágeno; presente nas cáries agudas apresenta um aspecto úmido e amolecido que é removido facilmente através do uso de curetas.
Camada infectada (zana de invasão bacteriana)
zona de invasão bacteriana, presença de microorganismos, constituída de uma mistura de bactérias com uma predominância de células proteolíticas e uma baixa concentração de células acidogências.
Camada afetada (zona de desmineralização)
parcialmente desmineralizada, que ainda retém muito de sua estrutura tubular, com arranjo destorcido, zonacontaminada por ácidos e toxinas produzidas pelas bactérias da camada anterior. Torna-se progressivamente mais escura e de cor castanha e sua consistência fica amolecida, parcialmente desmineralizada mas será mantida. O processo carioso será interrompido após remoção da zona infectada e o selamento da cavidade.
Camada esclerosada:

encontrada próximo à lesão cariosa em progressão e tem conteúdo mineral aumentado. É provável que surja da precipitação de sais minerais durante cada reversão do equilíbrio DES-RE. O mecanismo de formação depende do metabolismo microbiano dentro do corpo infectado da lesão e espelha o processo de remineralização da camada superficial da cárie de esmalte, tem aspecto endurecido e cor que varia do amarelo ao negro.


Evolução carie de dentina Aguda

Cárie Aguda: Nos casos de cárie aguda, a dentina esclerosada praticamente não é formada, devido à rapidez da destruição dos tecidos dentários sadios Os odontoblastos, por sua vez, se defendem retraindo seus prolongamentos (MORTE) e deixando os túbulos vazios, característicos da dentina opaca (trato morto).Freqüentemente, a dentina opaca encontra-se acompanhada por dentina reparadora na sua base.  Essa dentina reparadora é uma tentativa de proteger a polpa.


No circulo temos a formação da dentina reparadora na tentativa da proteção pulpar

Evolução da Carie de Dentina Crônica


Na presença de acidos provenientes dos MO, a primeira coisa que acontece é a secreção de dentina na região peritubular altamente mineralizada, que reduz o diâmetro dos túbulos dentinários, ou seja, formação de dentina esclerosada
O complexo dentino-pulpar se defende das agressões crônicas formando a dentina reacional.
Na cárie crônica, essa dentina se deposita mais lentamente, apresentando um padrão tubular mais regular que a dentina reparadora, com ausência de células no interior da sua matriz (ja que os odontoblastos continuam vivos).
As células que formarão esta dentina são os odontoblastos, que, normalmente, não danificados, conseguem secretar essa barreira de proteção.

A esclerose dentinária, bem como os demais fenômenos reacionais, é uma tentativa de retardar o progresso da cárie, sendo a esclerose o primeiro aspecto microscópico que se estabelece na cárie de dentina


Observe a esclerose do tubulo dentinário com a deposição de dentina peritubular

TIPOS DE DENTINA

Existem diferentes tipos de dentina. 

Dentina primária é de natureza fisiológica, formada desde a primeira camada de dentina até a raiz estar formada e o dente estar em oclusão. É a dentina original.

Dentina secundária também de natureza fisiológica, é depositada após a raiz estar formada, durante toda a vida, de forma mais lenta. Microscopicamente há uma mudança na direção dos túbulos dentinários.

Existem ainda dentinas que são formadas na presença de condições adversas como carie dentaria, chamada a Dentina terciária  decorrente de agentes externos , como cáries ou traumas. 
Pode ser classificada em:
     Reacional: dentina depositada devido à agentes externos crônicos e de baixa intensidade como uma cárie crônica. Os odontoblastos conseguem migrar e secretá-la, não sendo aprisionados na matriz.

     Reparadora: dentina depositada devido à agentes externos agudos e de alta intensidade como uma cárie aguda. O trauma é tão forte, que os odontoblastos morrem e as células mesenquimais indiferenciadas que estão sob eles, se diferenciam em novos odontoblastos e secretam uma nova dentina, aprisionando os odontoblastos originais em sua matriz.
Dentina esclerosada: Se caracteriza pela presença de túbulos dentinários obliterados (fechados) com material calcificado, processo este que é acelerado frente a determinados estímulos. Presente na cárie crônica.
Dentina opaca (trato morto): É representada pelos túbulos dentinários ocos, sem prolongamentos, devido a lesões nos odontoblastos. Este fenômeno acontece nas lesões de carie aguda.



Apesar de associadas a carie cronica e a carie aguda, em muitos casos, como os processos podem acontecer em conjunto temos os diversos tipos de dentina terciaria no mesmo tecido dentario

Estrutura da dentina

A dentina possui estrutura microtubular, com a formação de microtubos que contém prolongamentos de odontoblastos e substância intercelular.|Sendo assim dentina e polpa formam um complexo em íntima relação topográfica, embriológica e funcional, por isso têm características biológicas comuns.
É constituída por 70% de matéria inorgânica, composta por sais minerais, fosfato, carbonatos, sulfatos, ferro, zinco, flúor e cobre. A matéria orgânica é composta por fibras colágenas que são unidas por lipídios, glicosaminoglicanas e compostos protéicos, 20% da dentina são de matéria orgânica e 10% de água.
Esta composição varia com a idade do dente, devido a sua mineralização progressiva, mesmo o dente já estando totalmente formado. Sendo assim, o dente jovem tem uma dentina menos mineralizada, com microtubulos de maior diametro e maior espaço de camara pulpar que o dente idoso.
Nesta imagem vemos um esquema onde os odontoblastos são demonstrados em rosa e veja que temos prolongamentos para o interior dos microtubulos 

Progressão da Cárie


Com a desmineralização, microporos (espaços vazios) começam a se formar, e são vistos microscopicamente. São eles
Estabelecimento da zona translucida:
Anteriormente a formação da zona translucida somente podemos detectar a desmineralização por microscopia eletrônica de varredura, ou seja, é a primeira alteração do esmalte visível ao microscópio de luz. A presença de microporos existe mas é discreta.
Surgimento de zona escura: Acontece próxima a zona translúcida com uma maior desmineralização. Cerca de 2 a 4% de area com microporos.
Aparecimento da lesão branca: Quando a parte orgânica ja foi modificada. Aqui a dentina já esta atingida.
Estabelecimento de superfície gredosa do esmalte. Aqui temos a presença de esmalte sem suporte de dentina. Nesse ponto temos estabelecimento do sinal radiográfico da cárie. O próximo passo é a visualização do corpo da lesão, com 10 a 25% de formação de microporos.
Com a perda do suporte mineral o próximo passo é a cavitação.
Lembrando que a progressão da carie se faz na mesma direção dos prismas e  das estrias incrementais de Retzius